
Se você sente dor na frente do joelho ao subir escadas, correr ou ficar sentado por muito tempo, pode ter síndrome da dor patelofemoral. Essa condição é uma das causas mais frequentes de dor no joelho em jovens e atletas.
Aqui eu vou explicar de forma direta o que causa a síndrome da dor patelofemoral, como reconhecer os sintomas e quais tratamentos realmente ajudam.
O que é a síndrome da dor patelofemoral?

A síndrome da dor patelofemoral é o desconforto que surge na região onde a patela toca o fêmur. Normalmente a dor aparece ao pressionar a patela ou quando o joelho trabalha com carga repetitiva.
Não é uma única lesão. É um conjunto de problemas de movimento, força e carga que irritam a rótula e a cartilagem abaixo dela.
Causas comuns
Dr. Ulbiramar Correia, ortopedista do joelho, informou que as causas da síndrome da dor patelofemoral costumam ser múltiplas e se acumulam com o tempo. As mais comuns são:
- Desalinhamento: a patela não corre corretamente na sua tróclea causando atrito.
- Fraqueza muscular: músculos da coxa, especialmente o quadríceps medial, fracos ou desbalanceados.
- Sobrecarga: aumento rápido de atividade física sem adaptação.
- Má biomecânica: pé pronado, encurtamento de isquiotibiais ou quadril que mudam a carga no joelho.
- Uso de calçado inadequado: falta de suporte em treinos longos ou corridas.
Sintomas que você deve observar
Os sintomas da síndrome da dor patelofemoral costumam ser claros e aparem em situações específicas.
- Dor ao subir ou descer escadas: desconforto agudo ou ardente ao apoiar o peso.
- Dor ao correr ou saltar: piora durante atividades de impacto.
- Dor ao ficar sentado muito tempo: o chamado sinal do cinema, quando a dor surge após permanecer com o joelho dobrado.
- Sensação de estalo ou rangido: crepitação ao movimentar a patela.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico começa com a história clínica e exame físico. O médico observa alinhamento, força e mobilidade do joelho.
Testes simples, como pressionar a patela ou pedir para o paciente estender o joelho contra resistência, ajudam a confirmar suspeitas.
Exames de imagem não são sempre necessários. Raio X pode identificar problemas ósseos e ressonância magnética ajuda quando há dúvida sobre cartilagem ou lesões associadas.
Tratamento inicial — o que fazer em casa
O tratamento conservador resolve a maioria dos casos. Comece com medidas simples e que você consegue aplicar já nos primeiros dias.
- Descanso relativo: evite atividades que provoquem dor intensa, sem imobilizar totalmente o joelho.
- Gelo: aplique 15 a 20 minutos após atividade que gerou dor para reduzir inflamação.
- Analgesia simples: anti-inflamatórios ou analgésicos podem ser usados conforme orientação médica.
- Elevação: quando houver inchaço, elevar a perna ajuda a reduzir o edema.
Exercícios e fisioterapia
A reabilitação é o pilar do tratamento. Exercícios bem orientados corrigem fraquezas e modificam a mecânica do joelho.
O foco é fortalecer o quadríceps, especialmente o vasto medial oblíquo, e músculos do quadril. Alongamento de isquiotibiais e iliotibial também é importante.
Exemplos práticos:
- Agachamento parcial: com foco em técnica e sem dor, 2 a 3 séries de 10 a 15 repetições.
- Elevação de perna estendida: reforça o quadríceps sem sobrecarregar a patela.
- Abdução de quadril com faixa: fortalece glúteo médio para melhorar o alinhamento.
Um fisioterapeuta ajusta progressão e corrige erros de movimento para evitar recaídas.
Suportes e órteses
Palmilhas e joelheiras podem ajudar em casos específicos. Palmilhas corrigem excesso de pronação. Joelheiras estabilizadoras aliviam a dor durante a atividade.
Essas soluções funcionam melhor quando combinadas com fisioterapia e exercícios de fortalecimento.
Quando considerar cirurgia
Segundo um especialista em prótese de joelho em Goiânia, a cirurgia é uma opção apenas se o tratamento conservador falhar após meses de reabilitação bem feita. Procedimentos visam realinhar a patela ou corrigir lesões de cartilagem.
Decisão cirúrgica exige avaliação detalhada e conversa sobre riscos e objetivos. Procure opinião especializada antes de avançar.
Exemplo real
Tenho visto pessoas que correram aumentando volume sem reforçar músculos do quadril. Em quatro semanas de fisioterapia e ajuste no treino, a dor na patela diminuiu muito. Um caso simples, com solução prática.
Prevenção

Prevenir a síndrome da dor patelofemoral passa por mudar hábitos de treino e cuidar da postura.
- Aquecimento adequado: sempre antes de treinos de corrida ou esportes de impacto.
- Progressão de carga: aumente volume e intensidade gradualmente.
- Fortalecimento contínuo: mantenha exercícios de quadril e coxa na rotina.
- Calçado apropriado: substitua tênis gastos e use palmilhas se necessário.
Quando procurar um especialista
Procure atendimento se a dor persistir por mais de 4 a 6 semanas, se houver inchaço acentuado ou perda de função. Um profissional fará exames e orientará o tratamento adequado.
Resumo e próximos passos
A síndrome da dor patelofemoral é comum, tratável e muitas vezes evitável. Identifique os gatilhos, reduza cargas que machucam e foque em fortalecer quadríceps e quadril.
Procure fisioterapia quando a dor limitar suas atividades. Se após um programa bem conduzido não houver melhora, avalie com um médico a necessidade de exames ou procedimentos adicionais.
Coloque em prática as dicas de fortalecimento e ajuste de treino. Com medidas corretas você reduz a dor e volta a se mover melhor. Acompanhe a evolução e consulte um especialista se a dor não melhorar.